domingo, 28 de janeiro de 2018

Sobre um ano conturbado

O ano de 2017 (e o começo de 2018) foi realente muito intenso.. Cheio de altos e baixos, de crescimento pessoal, de alegrias, de independência, mas também de duvidas, de solidão e de tristezas..

Vamos começar pela parte boa.. O ano passado começou muito feliz, com uma viagem com o Geo para visitar amigos e conhecer castelos e cidades lindas na França e na Alemanha..




Depois dessa viagem, o início do doutorado e da adaptação a vida na França foram mais difíceis do que pensei.. como não conhecia ninguém além do pessoal do laboratório (digamos que a maior parte das pessoas da empresa são muito.. fechadas), como eu morava em um apartamento minusculo, sem isolamento térmico e como não tinha muito dinheiro e nem companhia para viagens, acabei descobrindo que a vida aqui nunca seria igual ao que era durante o duplo diploma.. Que ela seria com certeza mais solitária e triste..
Apesar disso, continuei levando as coisas e acabei conhecendo pessoas incríveis e amigos que espero levar comigo sempre (mesmo com a distancia e o não tão longo tempo de convivência)


Meu entusiasmo de estar conseguindo seguir o caminho que pensei ser o correto e de poder viajar, conhecer lugares novos, expressar meus laços com a França e com a Itália.. me levaram a fazer minha primeira tatuagem, que, para mim, tem um grande significado:


"A rosa dos ventos é o símbolo da mudança, da liberdade e do desejo de encontrar um rumo na vida. Simboliza também o vínculo com o lugar de origem e com a família . O Cruzeiro do Sul é o símbolo do meu Brasil, da minha origem e do meu porto seguro, representado no leste, como o nascer do Sol. A flecha, símbolo da motivação de mudar, é combinada com uma flor de Lis, que representa a França (ou a monarquia francesa) e a toscana, de onde vieram meus antepassados. Finalmente, o avião símbolo das viagens e das mudanças, segue para noroeste, impulsionado pela motivação e em direção ao desconhecido, onde o Sol se põe e o dia termina"


Mas com o passar do tempo, a distância do Geo, da minha família e do Brasil e as dificuldades encontradas na tese.. já que o assunto não é na minha formação, o laboratório estava de mudança para bem longe de Paris (então não pude fazer experimentos por pelo menos 3 a 4 meses), grande parte dos equipamentos estava e ainda está fora de funcionamento (inclusive o que é usado para a medida principal da minha tese), vários resultados inesperados e incompreensíveis, etc.. Comecei a duvidar da minha capacidade de terminar a tese e comecei a me sentir sozinha e a duvidar também que essa fosse a melhor escolha para mim.. Afinal, meu objetivo inicial era de trabalhar e não de fazer uma tese.. E de vir para a França para ter uma qualidade de vida melhor, mas acabei descobrindo que, apesar de tudo, era mais feliz no Brasil..

Foi então que veio a oportunidade.. Depois de varias entrevistas consegui uma oferta de emprego no Brasil em outubro, logo antes das férias nas quais iria para la ser madrinha de casamento da irmã do Geo.. Mas será que valia mesmo a pena voltar? Depois de tudo o que eu fiz para vir pra cá? Será que eu não me sentiria uma fracassada por desistir do doutorado? Ainda mais para ir trabalhar em uma área que eu não gostaria de seguir?
Depois de muita reflexão e de passar ótimas férias no Brasil, acabei decidindo que continuaria aqui e terminaria o doutorado..

      

 

Mas de novo, voltando para cá, aquele sentimento de solidão e de vazio voltou para mim com força.. E para descontar, acabei fazendo tudo o que não deveria e com a pessoa que não merecia.. Eu queria tanto ser feliz, queria tanto que compartilhar todos aqueles momentos com o Geo, que acabei afastando ele de mim.. E no fim, por uma razão inexistente.. isso seria realmente só um tapa buracos, mas não solucionaria meu problema, eu não seria plenamente feliz..

Então acabei passando um fim de ano triste, depois de varias discussões e de um término que foi basicamente culpa minha... Sorte minha de ter minha família e minhas amigas queridas por perto nesse momento

         

Mas a hora de voltar pra França novamente chegou.. e agora eu me pergunto:
Será que todo esse esforço vale a pena? Eu acho que talvez não, acho que a verdadeira felicidade está em viver junto de quem se ama e em poder compartilhar momentos.. As Américas têm muitas coisas lindas a serem conhecidas, o Brasil sempre será meu porto seguro e eu tenho que lutar para estar com quem eu amo.. E é isso que farei daqui pra frente!

Tese CIFRE na França e suas peculiaridades

Como sempre já faz muito tempo que não escrevo nada.. Então vou começar do começo:

A ultima vez que postei, já tinha sido aceita no doutorado, mas ainda estava esperando a aprovação da bolsa, que, como todos os processos administrativos na França, é realmente muito lenta..
Caso seja de interesse de alguém, essa bolsa CIFRE tem vários pontos positivos, mas também vários negativos..
Ela é uma bolsa dada à empresa (e não ao doutorando) para incentivar a parceria de empreses com laboratórios de pesquisa.. Ela define um salário minimo para os doutorandos (em 2017 era de 23.484€ por ano bruto) e paga metade desse valor para a empresa.
Os requisitos para que essa bolsa seja aprovada é que a empresa faça um contrato de colaboração com o laboratório de pesquisa (que normalmente leva muito tempo de negociação) e que ela contrate o doutorando por pelo menos 3 anos em CDD (contrato de duração indeterminada). A tese deve ser um projeto que faça uma ponte entre pequisa de base e desenvolvimento para a empresa e ela deve, obviamente, ser de interesse mútuo entre as 3 partes
Finalmente, a empresa recebe, além da metade do salário do doutorando do governo, uma redução de impostos, que é proporcional ao tempo que ela dedica à pesquisa (então a bolsa é realmente muito vantajosa para as empresas)
Alguns pontos positivos da CIFRE:
- O tempo de doutorado também pode ser considerado como experiência profissional na empresa
- O salário dado pela empresa normalmente é mais alto que as bolsas convencionais de doutorado na França
- As teses costumam ter um lado mais aplicado do que a maioria
Alguns pontos negativos e dicas da CIFRE:
- O tempo da semana deve ser dividido entre o laboratório e empresa.. Então, se esses dois lugares ficarem longes, você acabará perdendo muito tempo no transporte ou será obrigado a viver no centro de cidades, onde o aluguel é mais caro
- Como você provavelmente concentrará seu tempo em um dos dois lugares, talvez a integração no segundo seja mais difícil
- Sua tese será provavelmente confidencial, o que pode ser ruim para sua continuação fora da empresa ao fim da tese
- Você sempre será uma exceção, tanto como estudante quanto como trabalhador.. isso faz com que perca vários benefícios de ambos.. por exemplo, você não terá direitos a primes da empresa, mas também não terá alguns direitos de estudantes, como a CAF e a securité sociale étudiante (que é mais barata), você terá que pagar seus impostos como todo trabalhador, mas, mesmo que seja considerado como cadre na empresa, seu salário será igual ao de um estagiário mas as deduções igual ao dos outros cadres, etc...
Em suma, a bolsa CIFRE pode ser boa se você estiver motivado a fazer um doutorado aplicado a um problema prático e industrial.. Porém, os benefícios em termos financeiros não são tao vantajosos (devido aos diversos descontos no salário), principalmente se você a fizer em Paris, que é uma cidade realmente muito cara.. Além disso, a CIFRE diminui as liberdades em termos de tempo, organização, lugar de residência e de divulgação da tese, o que pode ser ruim para algumas pessoas..

Em especial, com relação à CAF, a lei francesa (realmente muito idiota) diz que: a avaliação do direito a CAF (auxilio residencia) é feita com base nos seus rendimentos de dois anos antes (em 2016 para avaliação do auxilio em 2018, por exemplo).. Porém, para os estudante que trabalham (como no caso dos doutorandos CIFRE), se você não declarar nenhum rendimento ou se declarar um rendimento menor que 9000€ no ano (2016), eles consideram que nesse ano (de 2016) você teria ganhado o mesmo do que ganha no ano atual (2018) e que passa o limite máximo para o recebimento do auxilio. Isso é feito mesmo depois de mostrar o contrato de trabalho, que prova que sua tese teria começado depois de 2016.. Ou seja, se quiser garantir sua CAF, consiga provar, de alguma forma, que dois anos atras você ganhou mais de 9000€ por ano!

Um exemplo em valores:
Com relação a salário: Um doutorando que ganhe 2000€ bruto por mês, com os descontos de aposentadoria, securité sociale, contribuições e seguro saúde terá um salário liquido de 1450€ por mês.. Desse valor ainda será descontado o IR (que só será recolhido na fonte a partir de 2019 na França), o que ficará entre 1000 e 2000€ por ano.. O valor do salário real fica em torno de 1350€ por mês
Com relação a residencia e outros custos principais: Um estúdio pequeno em residencia universitária em Paris ou nas redondezas custa entre 500 e 800€ por mês.. Com alimentação, o custo médio mensal é de 170€ (para compras com pouquíssima carne e escolhendo sempre a marca do mercado), sem contar os restaurantes (onde o preço médio é de 10 a 20€ por pessoa em um restaurante não muito refinado).. Além disso, o custo do transporte (78€ por mês pelo Navigo todas as zonas, mas que é pago 50% pela empresa), do plano de celular (entre 10 e 25€ por mês) e da inscrição anual no doutorado (400€ por ano) são outros custos importantes.. Finalmente, se considerarmos 2 restaurantes por mês, chegamos a um total entre 790 e 1100€ por mês de gastos mínimos.

Agora falando da minha tese em específico:
Eu comecei a tese em novembro de 2016 e, como quase todos ou doutorandos que conheço, já estou atrasada e desmotivada com meu projeto (mas isso vai render um capítulo a parte)
Eu sou obrigada a morar dentro de Paris, já que meu laboratório fica no extremo sul das redondezas de Paris e minha empresa no extremo leste.. Isso me obriga a pagar um aluguel mais caro..
Em geral, acho que, para quem tiver realmente motivação, companhia e disposição para passar pelos perrengues de fazer um doutorado em outro pais, essa pode ser uma boa oportunidade

Coloco o link caso queiram saber mais:
http://www.anrt.asso.fr/fr/cifre-7843

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Aniversario e alguns "planos"

Nesse aniversário de 25 anos (como estou ficando velha, hahaha) resolvi fazer uma lista de lugares que gostaria de conhecer e coisas que gostaria de fazer (mesmo que algumas sejam quase impossíveis, sonhar não faz mal a ninguém):

1- Presenciar uma aurora Boreal na Noruega
2- Escalar uma das mais altas montanhas do mundo (Everest talvez =O) entre o Nepal e o Tibet
3- Pular de bungee jumping na Nova Zelândia 
4- Conhecer o salar de Uyuni na Bolívia
5- Passar ao menos uma noite no deserto do Atacama no Chile
6- Andar pelas pirâmides do Egito
7- Conhecer as Maldivas e a Polinésia Francesa
8- Fazer a trilha de Cusco a Machu Picchu no Peru
9- Assistir ao por do Sol em Santorini na Grécia
10- Assistir ao nascer do Sol no Everest a partir do Nepal
11- Nadar nas praias das Filipinas
12- Visitar os templos, praias e tribos da Tailândia
13- Participar do festival das lanternas na Tailândia
13- Conhecer o lago das montanhas rochosas de Alberta no Canada
14- Mergulhar na barreira de corais na Austrália
15- Andar pelo sitio arqueológico de Petra na Jordaniana 
16- Observar o estreito a partir da Cidade do Cabo na Africa do Sul
18- Andar de treno em Ushuaia na Argentina
19- Nadar nos lagos de Plitvice e conhecer a cidade de Dubrovnik na Croácia
20- Dirigir pelas estradas da Sardegna na Itália
21- Dirigir pela estrada do Oceano Atlântico na Noruega
22- Andar pelos campos de lavanda em Aix-en-Provence na França
23- Passear com o Bernina Express na fonteira entre Itália e Suíça
24- Andar pelos parque de Yellowstone nos Estados Unidos
25- Ficar hospedada no hotel Ariau na Amazônia
26- Andar de quadriciclo nas dunas dos Lençóis Maranhenses
27- Visitar o Antelope Canyon nos Estados Unidos
28- Nadar na Blue Lagoon na Islandia
29- Fazer um cruzeiro pela costa chilena até a Antartida
30- Pular de paraquedas
31- Me mudar em definitivo para a Europa 
32- Morar por um tempo na Suécia
33- Doar sangue (já que o meu é O negativo)
34- Fazer um curso de fotografia
35- Crescer e ser reconhecida como engenheira química
36- Trabalhar em um lugar descontraído e flexível 
37- Escrever uma publicação sobre os lugares que conheci (se é que alguém se interessaria, hahah)
38- Ter xs companheirxs perfeitxs de aventuras


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Quatro meses em Bergamo

Eh engraçado como as coisas podem mudar tanto em tão pouco tempo!

Desde quado eu postei pela última vez, há mais ou menos três meses, minha vida e minhas perspectivas estão muito diferentes.
A primeira coisa que mudei foi minha atitude com relação às coisas:
- Parei de reclamar do que não estava dando certo (ou pelo menos diminui muito o quanto me lamentava) e comecei a correr atrás
- Me mudei para um apartamento onde as pessoas estavam lá com o mesmo "espirito" que eu, morando e trabalhando e não "passando férias"
- Conheci dois coinquillinos italianos muito legais e que me ajudaram demais durante esse tempo
- Passei a ser mais pro-ativa na procura de emprego e na relação com as empresas com as quais consegui uma entrevista (me oferecendo para ajudar, perguntado como ia o andamento das coisas e fazendo às vezes até mais que a minha parte)
- Estudei italiano um pouco por conta, a maior parte com a prática com meus novos e queridos amigos italianos, e também com um curso intensivo (no qual fiquei muito feliz por ter entrado já no nível B2) feito na Universidade de Bergamo chamado CIS (corso d'italino per stranieri)

Com isso minha vida melhorou muito: Consegui um doutorado na Ecole Centrale de Paris em parceria com a empresa Exxelia. Transformei meu dia-a-dia, estando em uma cidade maior, com mais facilidades e atividades e, principalmente, onde eu tinha boas relações com outras pessoas. Aprendi bastante italiano, tendo, ao fim, sido aprovada no nível C1 (avançado) na semana passada. Aproveitei minha estadia aqui na Itália para aprender um pouco sobre o estilo de vida dos italianos e para criar alguns vínculos. Conheci pessoas incríveis de diversos países do mundo.

Em suma, foi uma ótima experiencia que me ensinou que a pro-atividade (em relação a perguntar o andamento, ajudar com o possível e o impossível), a confiança em si próprio e as boas relações (com indicações, por exemplo) são fatores muito importantes para a evolução profissional, que as amizades, a relação social e as facilidades de onde se mora são muito importantes para manter a alegria e a moral e que a Itália é também um pais incrível.

Coloco aqui algumas fotos desses meses aqui em Bergamo (Palácio de Mantova, almoço brasileiro, abbraccio della mura, festa do CIS, passeio por Verona, passeio por Foppolo e passeio pelo lago de Garda):





 
 
 

 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Mudança para a Europa

Vou contar o meu caso e o que aprendi com isso..
Durante minha estadia na Itália, para o processo de cidadania, eu aproveitei para aprender um pouco sobre a busca de empregos lá e comecei a fazer algumas inscrições.. o que consegui descobrir inicialmente foi:
- As empresas não aceitam entrega direta de currículos, toda a busca por empregos é feita através de agências de emprego, sejam elas públicas ou privadas.
- A grande maioria das agências privadas fazem o cadastro pela internet.
- Para se cadastrar em agências públicas, é necessário ser residente na Itália. O cadastro é feito na agência mais próxima do local de residência e é válido em toda a Itália.
- Para se cadastrar em qualquer agência são necessários a identidade e o codice fiscale (então tenha sempre esse documentos em mãos).
- A carteira de motorista (patente) e a posse de um meio de transporte privado (automunito) são de extrema importância para o cadastro, principalmente para quem quer buscar empregos em indústria ou em cidades menores (já que o transporte aqui é meio ruim para cidades mais afastadas).
- As empresas recebem benefícios quando contratam pessoas menores de 25 anos na Itália (então aproveite esse período!).
- A maioria das empresas começa suas buscas por centros de emprego públicos.

Um tempo antes de voltar de viagem, recebi um convite para uma vaga na região de Bergamo, e comecei a fazer as primeiras etapas online (um teste online e mais 3 entrevistas, a primeira com a responsável da agência de empregos e as outras com a própria empresa). Porém, a última etapa teria que ser feita pessoalmente na Itália.
Além disso, depois de muitos emails e currículos enviados para diversas empresas na França e sem receber nenhum retorno (nem ao menos negativo), eu resolvi conversar com um amigo francês, cujo pai pôde me indicar para uma vaga na empresa onde trabalhava. Mas novamente, a entrevista teria que ser feita pessoalmente.
Como vi as duas entrevistas como grandes oportunidades, eu segui em frente e resolvi fazê-las.
O único problema foi que isso teria que ser feito uma semana depois de eu estar de volta no Brasil, o que tornou o planejamento muito precário e fez com que eu partisse com um nível de italiano ainda muito básico.
Resultado? Foi uma experiência um tanto.. conturbada..

Então algumas lições que tenho aprendido com relação à tentativa de mudança para a Europa:
- Aprenda bem a língua do país para onde pretende ir.
- Escolha um país e uma região com a qual já tenha algum contato e alguma intimidade, isso facilita muito a adaptação.
- Vá consciente de que você passará mais tempo sozinho do que está acostumado. 
- Tente criar vínculos com pessoas locais, pois o contato via internet não substitui o contato pessoal.
- Tenha certeza de que está preparado a abrir mão de certas coisas, como, por exemplo, da presença e de eventos de certos amigos e parentes e de alguns confortos que teria no Brasil.
- Com relação à internet, não dependa de internet de celular ou de restaurantes, esse é um recurso muito importante para quem está procurando emprego.
- Com relação ao transporte, se resolver morar em cidades menores ou trabalhar em regiões mais afastadas, esteja preparado a alugar ou comprar um carro ou moto, pois a vida fica bem mais difícil dependendo de transporte comum precário.
- Com relação a onde morar, escolha um local onde você possa receber facilmente correspondências (para a entrega de documentos), onde possa fazer vínculos com as pessoas por perto e onde conviva com pessoas que tenham objetivos similares aos seus (por exemplo, que morem e trabalhem na região). O ideal é morar inicialmente com um local, para aprender a língua, a cultura, o mercado e para ter companhia.
- Com relação à chegada, planeje-se para chegar um tempo antes das entrevistas ou compromissos (por exemplo uma semana antes), para ter tempo de se adaptar à nova vida.
- Com relação à busca de empregos, o nervosismo e a falta de sono são fatores que influenciam muito, então pratique, "finja" não estar nervoso e use métodos que aumentem sua confiança, pois isso pode ajudar muito. Além disso, a indicação de alguém da empresa para uma vaga torna o processo seletivo mais simples e aumenta muito as chances de ser selecionado.
- Tenha em mente que voltar é sempre uma opção.
- O mais importante: planeje-se muito bem antes!

Uma coisa importante para quem já fez algum tipo de intercambio:
A mudança da país em busca de emprego é muito diferente de intercâmbios de estudo. 
A responsabilidade pelo que acontecerá daqui para frente é sua, não terão pessoa para te receber e ensinar como as coisas funcionam, você não terá um caminho pré-determinado a seguir e você não terá certeza de que irá conseguir e nem de que suas decisões serão boa ou ruins.

Dupla Cidadania e viagem pela América do Sul

Muitas coisas aconteceram durante esse últimos dois meses.. E aconteceram tao rapidamente, que eu não tive tempo de me preparar e planejar (um grande erro, por sinal).

Começando com a Dupla Cidadania..
Um pequeno resumo de como funciona a obtenção da cidadania italiana para quem vem faze-la na Itália (não sou especialista, então isso é só uma referencia): O primeiro passo é fazer o Codice Fiscale (equivalente ao nosso CPF no Brasil), que é muito simples e pode ser feito por qualquer pessoa, mesmo que não seja italiano. Em seguida, deve-se declarar-se residente na Itália, para isso você deve ter um lugar alugado ou cedido por pelo menos 3 meses, se não me engano. Depois disso, um funcionário da comune chamado Vigile deve ir até o local especificado, para verificar as condições de habitação e para garantir que a pessoa realmente mora no local. Pode-se então iniciar o processo de pedido da cidadania, no qual são necessários todos os documentos da linha sucessória até o italiano do qual você é descendente (certidão de nascimento, casamento e óbito). Finalmente, o passo final, depois de reconhecida a cidadania (geralmente isso leva de 3 a 6 meses), é ir até a Comune para assinar o livro e fazer os documentos (certidão de nascimento italiana e carteira de identidade).
No meu caso, esse passo final, mais o pedido de passaporte foi feito no inicio de fevereiro. Assim, sou oficialmente uma cidadã italiana!!

Depois de voltar para o Brasil como uma italiana, eu fui viajar com o Gigio, já que tínhamos combinado essa viagem ha um tempo, para aproveitar as férias dele.. Fomos para o Uruguay (Montevidéu, Punta del Este e Colonia del Sacramento) e Argentina (Buenos Aires).
A viagem foi muito legal, conheci lugares lindos, com história preservada e ao mesmo tempo com muita modernidade.
Em Montevidéu, logo no primeiro dia percebi que os preços lá são ainda mais desproporcionais que os do Brasil.. Principalmente do combustível (acho que estava por volta de 7 reais o litro da gasolina) e de comida (em um restaurante bom gastávamos uma média de 40 reais por pessoa, podendo chegar até 90 por pessoa). Apesar disso, a cidade vale a visita e as comidas (principalmente pra quem adora carne, como eu)!






Como tínhamos bastante tempo e Montevidéu é uma cidade relativamente pequena (pode ser visitada tranquilamente em 3 dias), resolvemos pegar um ônibus para passar o dia em Punta del Este e na Casapueblo. 
Punta del Este é uma cidade bem pequena, mas muito bonita e bem turística, vale a pena para quem gosta de praia surf e cassinos. A cidade possui muitos hotéis 5 estrelas e mansões com piscinas de borda infinita (dessas que você fica admirando, mas nunca terá condições de experimentar).

Casapueblo foi a casa de um grande artista e arquiteto Uruguaio chamado Carlos Paéz Vilaro, que hoje é usada como museu de arte e hotel, onde cada quarto tem seu charme e sua característica única. A visita ao local vale muito a pena em termos da arquitetura e da beleza do lugar. Eu aconselho também para quem quiser visitar a descer estrada (ou a encosta para os que têm mais perna), para dar uma olhada na casa por fora.



A caminho da Argentina, fizemos uma parada em Colônia del Sacramento (de onde é possível pegar o barco para atravessar o Rio da Prata e chegar em Buenos Aires). Colônia é uma pequena cidade de colonização portuguesa no Uruguay muito charmosa. Com ruas de pedra, construções antigas, muitos azulejos e lustres ao estilo português, vale muito a visita!

                 




Finalmente chegamos a Buenos Aires, a capital européia na América. E a cidade faz jus a seu "apelido". Com diversos palácios ao estilo francês e italiano, praças em homenagem a heróis nacionais e um teatro lindíssimo, a capital argentina tem muitas semelhanças com as grandes cidades europeias. Mas a cidade também conta com muita modernidade, como em porto madeiro, por exemplo, e e muita tradição, com seus shows de tango e o Caminito, apesar de grande parte ser "turístico demais", com preços realmente muito altos e algumas armadilhas de turista.